quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sera que os homens deixariam uma mulher pelo futebol ?

Eu não sei até que ponto o futebol pode ser considerado uma necessidade vital para quem gosta do assunto.


Conheço muita gente que trocaria a casa, o dinheiro, a mãe e a mulher para continuar torcendo fanaticamente pelo seu time. Tem aqueles que não conseguem ir acampar ou ficar em um lugar isolado se não tiver pelo menos um radinho de pilha para acompanhar as últimas notícias futebolísticas.

Muitos chegam ao extremo de tatuar o símbolo do clube ou frases de amor a ele no próprio corpo. É o tal “bando de loucos” – e engana-se quem pensa que essa designação se encaixa apenas nos partidários do clube do Parque São Jorge. Fanáticos, no Brasil, toda torcida tem.

Vício adolescente

Reconheço que sou extremamente “viciado” em futebol, principalmente que estou na pré-adolescência, período em que as mulheres e a bebida ainda não esta desviando minhas atenções. Logo em seguida, porém, sempre vem a primeira “broxada” futebolística. Quando comecei a trabalhar a falta de tempo e de oportunidades fez com que eu parasse de jogar futebol com frequência e me afastasse consideravelmente do cotidiano de campeonatos.

     futebol dia-a-dia não…

Além dessa correria de viver em uma cidade onde não temos muita oportunidade de descer no futebol, à beira de uma rodovia, as festas, mulheres e bares eu fico observando que crescemos e diminue o apetite pela bola. Eu acompanho meu time na televisão e no rádio. Só que meu time também nem sempre ganha nada. Logo, me dar vontade de me afastar da televisão.

Doença crônica!

Mas a doença é crônica e, mesmo morando na Bahia, voltei a acompanhar meu Tricolor e ficar ligado no noticiário. Essa paixão ressuscitada ganhou maior impulso quando me mudei para São Paulo e conheci outros “doentes”, santistas, palmeirenses, corintianos, atleticanos etc.

Coincidentemente, foi um período em que meu time voltou a ganhar títulos com regularidade anual, o que completou o caldo para eu me tornar “dependente” do futebol mais uma vez. Só que a ligação diária e maciça, depois de alguns anos, cobrou seu preço. Saturou. Penso que o próprio fanatismo violento e muitas vezes sem noção das torcidas paulistanas me fizeram refletir sobre o exagero e (a falta de) sentido disso tudo.

‘Não vi o jogo’

De um ano para cá, noto que meu interesse por futebol foi decrescendo até mesmo de forma inconsciente.

Começou com a progressiva falta de vontade de assistir jogos. Por incrível que pareça, até as partidas decisivas da Libertadores de 2008, com o Adriano Manguaça no ataque, não conseguiram me sensibilizar.

Todo domingo ou quarta-feira eu preferia passear com a família, ir ao cinema e – lógico –  me postar em frente à televisão. E isso foi se acentuando a ponto de eu passar mais de dois meses sem assistir a um jogo sequer. Na sequência, me desinteressei completamente de ler ou acompanhar a imprensa esportiva.

Tédio e aborrecimento

Já não me importava o mínimo em saber quem ia jogar com quem, com qual escalação ou juiz. Se fulano se contundiu, se estava recuperado ou tinha sido negociado. Quem estava à frente na tabela, com quantos pontos, faltando quantas rodadas. De repente, não mais que de repente, essas informações que antes foram tão cruciais e necessárias no meu cotidiano passaram a ser puro tédio, chatice e aborrecimento.

E notem que meu time estava arrancando de forma espetacular para, numa série invicta de 18 partidas, arrebatar o hexacampeonato nacional e o terceiro título seguido bem na última rodada. Não assisti nem me interessei por nenhum dos dez últimos jogos do Brasileirão, nem liguei o rádio, nem comprei jornal. Também não comemorei o título.

Outros interesses…

Só que passei a achar isso muito, muito estranho. Como assim, “desistir” do futebol? Logo eu, que sempre gastei horas falando sobre o tema, que assisti centenas de jogos, que acompanhei o noticiário todo santo dia, que sei detalhes inúteis de tempos esquecidos. Como acontece uma coisa dessas? Será que “impotência” futebolística existe?

Não sei. Só o que posso dizer é que, mais uma vez, meu interesse pelas meninas aumentou consideravelmente e, nessa disputa, o futebol foi jogado para escanteio. Mas, como ele sempre me surpreende (afinal, para usar um chavão, é uma “caixinha de surpresas”), tenho certeza de que me reconquistará.

Pois que venham novos ídolos, jogaços, lances de gênio, esquadrões espetaculares e títulos. Acredito nesse conjunto de fatores como o grande “viagra” para todo torcedor desanimado – e o combustível eterno de polêmicas, teses, teorias e papos intermináveis pelos estadios desse nosso Brasil. Saúde!

Um comentário:

  1. Muito legal !
    Adorei seu blog, você escreve muito bem.
    Bom, se quer a minha opnião acredito que são raros os homens que trocariam/trocam futebol por mulher, e parece que você é um deles mesmo que seja por um tempo...
    Mas acho que se o cara souber separar as coisas ele pode continuar com o futevol e investir no relaciionamento. Mas é só uma opnião femina.
    Você é que sabe o que os meninos pensam.
    Estou te seguindo !
    Bjs, Dri !

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