quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Porque será que traimos as meninas ?

O começo é um paraíso


A cena clássica começa com uma gravata apertada e um belo vestido branco com véu e grinalda. O padre abençoa a união e exige das duas partes envolvidas uma declaração pública, com testemunhas aos montes, de “ser fiel, amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, seguindo amando e respeitando, até que a morte os separe”.

O peso desta declaração é incomensurável. Falando sério, se a gente der uma boa olhada neste juramento, entendemos porque os padres não casam.O peso de jurar que amará até o fim da vida é um fardo bem grande para uma pessoa normal carregar.

Mas são os ritos sociais e não desviamos deles, pois para muitos homens, com o passar do tempo, aquela verve instintiva de ser o rei da montanha, de ser o alpha garanhão, o cachorrão comedor, se esvai e só o que sobra é um fantasma.
Um fantasma resignado a uma vida cotidiana que com o passar do tempo, vai perdendo a graça.

O fato é que a vida é como um roteiro holywoodiano, cheio de mistérios e reviravoltas, e nem o mais criativo dos roteiristas se compara ao destino. Um dia, o sujeito descobre uma mocinha no trabalho, ou então no supermercado, ou então no elevador…

A chance se apresenta diante dele com toda sua majestade. É uma coisa rápida, um gracejo, um sorriso, um olhar que diz tudo. Aquele sujeito derrotado, conformado e omisso, experimenta uma nova sensação. Uma seiva mágica volta a correr-lhe as veias. Ele sente-se bem. Ele trairá para sentir-se vivo.

Para sentir-se como era no passado, na juventude. Ele trai porque esta traição nega, inconscientemente, o fator inexorável da morte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário